quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Com a palavra o agente JAIME AVS

Com a palavra o agente 

O nosso veneno de todos os dias 

Ano passado foi distribuído o Sumilarv 0,5g, em substituição do diflubenzuron, após algumas manifestação contrária ao uso por parte de muitos agentes e ainda por não termos a Nota Técnica, que a Prefeitura ou Ministério da Saúde deveriam ter apresentados antes da utilização do larvicida, foi recolhido a mando da Coordenação e o uso foi suspenso no Município. No final de 2015 fomos comunicados que iríamos novamente usar o inseticida, confesso que estou relutante, não gostaria de usar um produto que ao longo do tempo viria nos intoxicar. Li vários materiais sobre o assunto e reforçou minha opinião pela negação do uso, ainda mais quando você lê no rótulo em letras garrafais - CUIDADO, PERIGOSO SE INGERIDO, INALADO OU ABSORVIDO PELA PELE - não me sinto confortável e nem seguro para usa-lo.

Quando você tem conhecimento da toxidade, de acordo com os dados do próprio fabricante, aí a preocupação aumenta, são estes:


Foi realizada em laboratório uma comparação dos larvicidas mais comuns usando larvas de Culex quinquefasciatus recolhidas em campo. Foram testadas entre cinco e nove concentrações diferentes de cada larvicida ou IGR, pelo menos 3 vezes. Os resultados do IGR foram medidos ao longo de 7-10 dias após a aplicação devido aos seus diferentes modos de acção quando comparados com larvicidas químicos. Os resultados são apresentados na Tabela 1 e demonstram a toxicidade relativa muito elevada do piriproxifeno, o ingrediente ativo contido no SumiLarv, às larvas do Culex quinquefasciatus. Por exemplo, verificou-se que o piriproxifeno era 118 vezes mais ativo do que o fention, 3 vezes mais ativo do que o diflubenzuron e 39 vezes mais ativo do que o metopreno. (Arshad, Ali. et al., Journal American Mosquito Control Association 15(1), 43-47,1999) 

Os testes em laboratórios são realizados em ratos, coelhos e cachorros, primeiramente acho cruel fazerem isso com os animais, segundo não quero servi de modelo de estudo de larvicida de ninguém, já li reportagens e assisti vídeos de colegas que tiveram doenças terríveis pela utilização de outros inseticidas por longos períodos, sem dúvida nenhuma não quero ser mais um agente morto, e mais terrível ainda, não ter o reconhecimento por parte daqueles que autorizaram o uso dos larvicidas...

Fica o questionamento, não sei ao certo quanto tempo nós usaremos o Sumilarv 0,5g, se o agente não estiver usando o EPI necessário e tiver contato repetidamente não será ele contaminado ou intoxicado? Gostaria que fosse colocado isso em uma Nota Técnica, com assinatura do responsável, atestando que os ACEs e os Cidadãos não serão contaminados ou intoxicados pelo contato, sendo por pulverização ou diretamente pelo produto arenoso. Outra questão é sobre o Técnico de Segurança do Trabalho confirmar qual o EPI correto para utilização do Sumilarv 0,5g com textura arenosa.

E você o que acha, devemos usar ou não?         

Sou Auxiliar de Controle de Endemias desde 2012, entrei na "última chamada" do concurso de 2008!  

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