Em Foco


Com a palavra o agente


Marcelo Rua

Trabalho no combate às endemias desde 2008 quando assumi cargo para concurso realizado naquele mesmo ano. Já trabalhei na CAP 3.2 e atualmente trabalho na 3.3 para onde fui remanejado.

Considero-me mais um amigo das comunidades onde exerço meu ofício que um servidor municipal, especialmente as comunidades Gretisa, Águia de Ouro e Morro do Engenho onde trabalhei na época em que fazia os bairros Engenho da Rainha, Inhaúma e Del Castilho e as “Alamedas dos Passarinhos” na Pavuna (ruas com nome de pássaros em ladeiras próximas ao Chapadão e a Cedae) onde estou há três anos e onde muita gente me chama na rua pelo nome de certa forma integrado à vida local que estou. Desenvolvi uma ligação sentimental com estes lugares e seus moradores até certo grau.

Há muitos casos a se contar e talvez eles até resultassem em algumas crônicas para um livro. Já levei tombo de escada e cheguei no P.A. com arranhão no braço, teia de aranha no cabelo e camisa suja de poeira. Conheci gente interessante e honesta com seus sentimentos, sonhos e aspirações em tornar o lugar onde vivem um lugar melhor de se viver.

Também sou escritor e amo escrever acima de tudo, embora não pense em redigir nada sobre este trabalho até o presente momento. A preocupação com o ser humano está acima de tudo e os meios para sanar seus problemas, dentro de minhas atribuições como fiel servidor, é minha meta, sempre.
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Com a palavra o agente


Edgard Soares (Gênesis)


Trabalho no serviço público há alguns anos, mesmo antes de ingressar na PCRJ no cargo de Auxiliar de Controle de Endemias, tenho orgulho do meu trabalho apesar de algumas mazelas, sinto que por parte desta Administração, não somente nós que estamos na ponta, mas qualquer outro Servidor de Carreira, estamos sendo desvalorizado. Lembro-me muito bem antes das implantações das CF's que a porta de entrada para as diversas comunidades era o ACE, as condições de trabalho não era favoráveis, PA'S insalubres, trabalho vulnerável a todas as condições imagináveis e mesmo assim me considerava valorizado, pois havia o respeito pelo nosso trabalho.


Nós ACEs trabalhamos em contato diretamente com a população esse é um dos fatores mais importantes para garantir o sucesso do nosso trabalho, em muitas ocasiões somos nós a voz do poder público nas comunidades cariocas, orientando a população de como se prevenir da DENGUE E OUTRAS DOENÇAS, o nosso MUNICÍPIO é bem visto pois os índices de visitas e tratamentos são altos, apesar dos numero de agentes no campo serem insuficientes.



Toda a ajuda em tempos de epidemia será bem vinda, mas não esqueçamos que é o povo o alvo destas ações, não esse jogo de politicagem que nos apresentam. 



VIVA! "OS GUERREIROS QUE DURANTE ANOS VEM A CAMPO TRABALHANDO DE SOL A SOL, SEM RECONHECIMENTO E TENDO OS SEUS DIREITOS GARANTIDOS NEGADOS". 


        Edgard é Agente de Combate às Endemias do Município do Rio de Janeiro

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Com a palavra o agente 



Anderson de Oliveira


Meu nome é Anderson e sou auxiliar de controle de endemias desde 2002. Já vencemos ao longo destes anos vários tipos de mazelas que acometeram a população, porém nestes 14 anos de profissão nunca vi nenhum interesse de nossos gestores em valorizar nosso cargo, cargo este que visita praticamente todos os cantos do nosso amado Rio de Janeiro, imóveis residenciais, terrenos baldios, fábricas, cemitérios e isso sem nenhuma proteção, nós conseguimos entrar até mesmo onde o BOPE não entra, apenas com nossa bolsa e o intuito de levar um pouco de conhecimento, alento para  a população mais carente. 

Hoje temos uma formação técnica e nos chamam de Agente de Vigilância em Saúde e fomos inseridos na Estratégia da Saúde da Família, mas ainda financeiramente não recebemos nada, repito, desvalorizam nossa mão de obra, somos especializados e não podemos ser tratados como apenas tratadores de ralo. 

Meu trabalho consiste: 
  • Visita domiciliar; 
  • Palestra em escolas; 
  • Palestras em sala de espera; 
  • Palestra em grupo de gestantes; 
  • Palestra sala de puericultura; 
  • Palestra para academia carioca; 
  • Fazer levantamento de risco não biológico; 
  • Dentre outros .... 


Será que um dia nossos gestores irão reconhecer nosso valor e nossa capacidade técnica? Isto não dependerá somente deles, nós também temos que nos valorizar e lutar por dias melhores.

     Anderson é Agente de Combate às Endemias do Município do Rio de Janeiro
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Com a palavra a agente 
Herivelton Teixeira


Tenho 13 anos no cargo de Auxiliar de Controle de Endemias, nosso serviço tem sido desvalorizado pela Prefeitura do Rio.  Trabalhamos diariamente, sol a sol, orientando a população sobre os malefícios e dos riscos pela falta de cuidados em suas casas que possa proliferar o Aedes Aegypti. Nestes tempos, de epidemia, o uso dos militares, bombeiros e Agentes Comunitários de Saúde foi uma forma da Prefeitura utilizar os números de imóveis vistoriados e apresentá-los à mídia, o que a população não sabe é quem realmente executou tecnicamente o trabalho foi os Agentes de Endemias.

Existe vários territórios sem agentes e nossa Prefeitura não realiza concurso para suprir o déficit de Auxiliar de Controle de Endemias, já temos vários colegas  readaptados em virtude do trabalho penoso (muitos com problemas  de coluna, joelho, cardíacos, dentre  outros), não é feito um estudo para diminuição desses casos de doença provocada pelo trabalho extenuante. 

Nos últimos 3 anos brigamos por melhorias salariais, por um plano de carreira  que nos dê um mínimo de dignidade e nos valorize como profissionais técnicos que somos. Já não aguentamos mais o descaso de nossos  gestores, que mesmo diante de uma epidemia, e do bom serviço prestado pelos servidores, não reconhece a importância de nossa função.
 
Herivelton é Agente de Combate às Endemias do Município do Rio de Janeiro

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Com a palavra a agente 

Eliza Abrantes

Tá chato nos matar de correr atrás para melhorar as coisas para a categoria e ouvir mil idéias, como já não as tivesse tido, de pessoas que nunca vejo quando tentamos reunir os agentes. Cobrar algo de quem já está mais que saturado é mole, quero ver caminhar junto.. tendo que se deslocar para reuniões ou força tarefas 3 vezes por semana, quando não até em fins de semana, sair de casa cedo para trabalhar e voltar apenas para dormir, trazer seus companheiros (esses sim de luta) para dentro de sua casa para amenizar o sofrimento dos custos de estar na Rua, de gastar rios de dinheiro quando todos estão reclamando que estão sem, de perder tempo livre com a família buscando melhorar as coisas. 

O trabalho de casa nosso está sendo feito e se dependesse de nós apenas , seríamos os mais felizardos servidores. Já parou para perguntar o que precisamos, se pode fazer algo e de como ajudar? Só tem ideias ótimas, assim como nós, mas não vê ninguém a sua esquerda ou direta para por em prática ou fazê-las dar certo? O primeiro passo é uma Assembléia onde se monta a estratégia e vê com quem pode contar e depois ocorre a ação. 

Ou vamos esperar extinguir nosso cargo para depois lutar?

Elizabeth é Agente de Combate às Endemias do Município do Rio de Janeiro

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Com a palavra o agente 

O nosso veneno de todos os dias 

Ano passado foi distribuído o Sumilarv 0,5g, em substituição do diflubenzuron, após algumas manifestação contrária ao uso por parte de muitos agentes e ainda por não termos a Nota Técnica, que a Prefeitura ou Ministério da Saúde deveriam ter apresentados antes da utilização do larvicida, foi recolhido a mando da Coordenação e o uso foi suspenso no Município. No final de 2015 fomos comunicados que iríamos novamente usar o inseticida, confesso que estou relutante, não gostaria de usar um produto que ao longo do tempo viria nos intoxicar. Li vários materiais sobre o assunto e reforçou minha opinião pela negação do uso, ainda mais quando você lê no rótulo em letras garrafais - CUIDADO, PERIGOSO SE INGERIDO, INALADO OU ABSORVIDO PELA PELE - não me sinto confortável e nem seguro para usa-lo.

Quando você tem conhecimento da toxidade, de acordo com os dados do próprio fabricante, aí a preocupação aumenta, são estes:


Foi realizada em laboratório uma comparação dos larvicidas mais comuns usando larvas de Culex quinquefasciatus recolhidas em campo. Foram testadas entre cinco e nove concentrações diferentes de cada larvicida ou IGR, pelo menos 3 vezes. Os resultados do IGR foram medidos ao longo de 7-10 dias após a aplicação devido aos seus diferentes modos de acção quando comparados com larvicidas químicos. Os resultados são apresentados na Tabela 1 e demonstram a toxicidade relativa muito elevada do piriproxifeno, o ingrediente ativo contido no SumiLarv, às larvas do Culex quinquefasciatus. Por exemplo, verificou-se que o piriproxifeno era 118 vezes mais ativo do que o fention, 3 vezes mais ativo do que o diflubenzuron e 39 vezes mais ativo do que o metopreno. (Arshad, Ali. et al., Journal American Mosquito Control Association 15(1), 43-47,1999) 

Os testes em laboratórios são realizados em ratos, coelhos e cachorros, primeiramente acho cruel fazerem isso com os animais, segundo não quero servi de modelo de estudo de larvicida de ninguém, já li reportagens e assisti vídeos de colegas que tiveram doenças terríveis pela utilização de outros inseticidas por longos períodos, sem dúvida nenhuma não quero ser mais um agente morto, e mais terrível ainda, não ter o reconhecimento por parte daqueles que autorizaram o uso dos larvicidas...

Fica o questionamento, não sei ao certo quanto tempo nós usaremos o Sumilarv 0,5g, se o agente não estiver usando o EPI necessário e tiver contato repetidamente não será ele contaminado ou intoxicado? Gostaria que fosse colocado isso em uma Nota Técnica, com assinatura do responsável, atestando que os ACEs e os Cidadãos não serão contaminados ou intoxicados pelo contato, sendo por pulverização ou diretamente pelo produto arenoso. Outra questão é sobre o Técnico de Segurança do Trabalho confirmar qual o EPI correto para utilização do Sumilarv 0,5g com textura arenosa.

E você o que acha, devemos usar ou não?         

Sou Auxiliar de Controle de Endemias desde 2012, entrei na "última chamada" do concurso de 2008!  

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Com a palavra o agente 


Fernando Rodrigues


Treze anos de trabalho com o Aedes que não servem para nada... nem como trabalho de escola

Informações sobre o combate ao Aedes:
1 - O mosquito Aedes:
O mosquito não nasce com a doença. Ele é apenas um vetor, adquirindo o vírus quando ocorre a picada em pessoas portadoras do vírus, passando neste momento a disseminar as enfermidades por nós conhecidas como Dengue, Zika e Chikungunya.
O mosquito vive uma média de trinta dias. Apenas as fêmeas picam. O sangue humano é necessário para a postagem dos ovos. Isto quer dizer que quanto mais objetos com água em nossas casas, mais corremos o risco de contrairmos as doenças transmitidas por este inseto.
Lembramos ainda que os ovos ficam grudados nas paredes dos possíveis criadouros por mais de um ano, apenas esperando o contato com a água, como por exemplo, uma chuva.
Então, pensemos o seguinte: Estamos monitorando a nossa casa e encontramos um balde cheio de larvas. Jogamos a água fora e guardamos este objeto por oito meses sem esfregá-lo por dentro. De repente, precisamos usá-lo e colocamos água para deixar de molho uma peça de nosso fogão. Como os ovos já estão grudados ali, lembram? As larvas vão eclodir muito rapidamente, até mesmo em dias ou em horas.
Esta informação é muito importante, principalmente, para os pratos de planta, plantas com água, bebedouros de animais, alças de bueiro, ralos e tudo que envolva recipientes que sirvam de criadouros de larvas do mosquito Aedes.
2 - Água limpa e parada (tomem cuidado com esta afirmação):
A qualidade da água propícia para o desenvolvimento das larvas do Aedes é toda e qualquer água em que haja nutrientes para o seu desenvolvimento. Portanto, uma água suja com terra, ainda é considerada como uma fonte limpa para as larvas. Portanto, o que a televisão e toda a mídia dizem sobre a proliferação das larvas ser somente em água limpa, tem de ser levado em conta uma série de outros fatores. Então, fiquem atentos!
Cabe ressaltar, também, que a água muitas vezes mistura-se a outras substâncias que nem em sonho seriam um local de desova para os mosquitos fêmeas, mas não podemos nos esquecer de que muitas destas misturas são heterogêneas, ficando a água na parte de cima tornando-se um ótimo local para a postagem dos ovos. Em resumo, temos várias substâncias, no entanto, esta água não se torna uma água suja para o mosquito Aedes. Lembram do que falei a cima. Ex.: resto de tinta com água de chuva, pincel com resto de tinta mergulhado em água, água com restos de cimento e etc.
Em relação à fluidez da água, temos de observar que o fato de nós lavarmos o quintal, por exemplo, não torna a água corrente, estando apenas em movimento naquele momento. O mesmo acontece com as fontes decorativas que quando estão ligadas estão circulando, mas quando paradas são um paraíso para o Aedes. Podemos citar como forma de água corrente uma caixa de água, pois no decorrer do dia, há sempre a movimentação da água no banho, lavagem de roupa, lavagem de louça, uso de descargas e etc.
3 - O sexo entre os mosquitos:
Os mosquitos são completamente tarados, pois a primeira coisa que fazem quando alçam voo é fazer amor que nem no filme instinto selvagem. Neste caso os atores copulam em pleno ar. A natureza é fantástica, encontrando nesta forma uma maneira de perpetuar a espécie mais rapidamente já que a perspectiva de sua vida é bem pequena.
4 - O que é preciso para o surgimento dos mosquitos:
Outro fato interessante é que, como já falamos, o nosso sangue é fundamental no processo de maturação dos ovos. Quando as fêmeas colocam seus ovos, elas os espalham em vários locais, pois assim, há uma chance maior de sucesso no nascimento. Cada fêmea, ao longo da sua vida, realiza postagens de três em três dias pondo em média 100 ovos a cada dia, dando um total de cerca de 1000 ovos num único mês.
Para a colocação dos ovos, além do sangue humano, esta espécie precisa de locais que tenham água acumulada. É relevante salientar que os ovos não são colocados diretamente na água. Estes são colocados milímetros acima do nível da água e que com o decorrer do tempo ou em contato com uma nova camada de água, estes ovos transformam-se em larvas contendo quatro estágios. Ao final do quarto estágio as larvas dão origem ao que chamamos de pupa, e que muito rapidamente, até mesmo horas, estas pupas vão dar origem aos mosquitos propriamente dito. Tudo isto, depois do nascimento das larvas, dá-se em aproximadamente sete a dez dias.
5 - Locais de sua casa que podem ser suscetíveis ao nascimento do mosquito Aedes:
5.1 - Dentro de casa:
Ralos com pouco uso (Varanda, banheiros sem uso e qualquer outro local de dentro de casa onde não haja a circulação constante de água);
Vasos sanitários sem uso ou com pouca utilização;
Aquário se não tiver peixes;
Aquário (reservatórios) para tartarugas (Elas não se alimentam das larvas);
fontes decorativas;
copos de simpatia e a parte religiosa em geral;
Vazamentos em baixo das pias e tanques;
Alças de bueiro;
Pratos de planta;
Plantas com água;
goteiras espalhadas pela casa;
baldes usados para aparar água do ar-condicionado;
Bebedouros de animais (Qualquer animal);
copos de dentadura;
Recipiente para acomodar garfos, colheres e facas;
Filtros de água (local onde se apara o desperdício de água);
Recipientes atrás das geladeiras.
2 - fora de casa (quintais):
ralos;
vasos sanitários sem uso ou com pouco uso;
alças de bueiro;
bebedouros de animais;
Aquário (reservatórios) para tartarugas (Elas não se alimentam das larvas);
fontes decorativas
pratos de plantas;
plantas com água;
bromélias;
bananeiras;
partes ocas das árvores;
calhas;
bandeja de ar-condicionado;
caixas de água;
objetos em geral (pneu, latas, plásticos, baldes, garrafas, regadores etc.)
barril ou qualquer tipo de armazenamento de água (até mesmo caixas de água usadas para este fim);
piscina de alvenaria ou plástica;
Partes destinadas a religião;
Obs.: Qualquer coisa que contenha água pode servir de criadouro para as larvas do Aedes. Então vistorie seus imóvel pelo menos uma vez por semana, ou melhor, após toda a chuva.
6 - Como se prevenir:
6.1 - Dentro de casa:
Antes de mais nada, dissemos que quando vedamos um local nada entra. Ao contrário de quando se fecha um local os mosquitos ainda conseguem entrar. Então, são detalhes que temos de prestar bastante atenção!
a - Ralos com pouco uso (Varanda, banheiros sem uso e qualquer outro local de dentro de casa onde não haja a circulação constante de água);
prevenção: Telar os ralos, vedá-los com plástico ou esfregá-los e secá-los uma vez por semana pelo menos.
b - Vasos sanitários sem uso ou com pouca utilização;
prevenção: Dar descarga uma vez por semana pelo menos, manter o vaso sanitário sempre com sabão em pó e desinfetante ou vedá-los com saco plástico de modo a não permitir a entrada dos mosquitos. Vale lembrar que com a tampa abaixada, o mosquito consegue entrar mesmo assim. Portanto, o vaso sanitário é igual a um presídio de segurança máxima, ou seja, pensamos que não entra nada, mas entra tudo.
c - Aquário se não tiver peixes;
Prevenção: Caso os peixes morram, retire a água ou vede com plástico os espaços por onde o mosquito possa entrar.
d - Aquário (reservatórios) para tartarugas (Elas não se alimentam das larvas);
Prevenção: Trocar a água pelo menos uma vez por semana e antes de colocar uma água nova, teremos de esfregar todo o reservatório (bordas e fundo) para eliminar os ovos do mosquito
e - fontes decorativas;
Prevenção: Usar produtos que possam ser usados na fonte que perfumem a água. Entretanto, é recomendável que se troque a água uma vez por semana e, se possível, esfregar a parte interna da fonte.
f - copos de simpatia e a parte religiosa em geral;
Prevenção: Usar sal grosso dentro ou, pelo menos, uma vez por semana trocar a água e esfregar o copo por dentro antes de se colocar uma nova água.
g - Vazamentos em baixo das pias e tanques;
Prevenção: Conserte o vazamento ou fique muito atento, pois a qualquer hora você terá foco do Aedes bem no meio da sua cozinha ou área.
h - Alças de bueiro;
Prevenção: Secá-las uma vez por semana com pano, aproveitando para esfregar o locar para eliminar os ovos que por ventura estejam guardados. Outra solução é fazer um pequeno furo para que a água não acumule.
i - Pratos de planta;
Prevenção: O ideal é não usar, mas se quiserem mesmo assim, troquem a água duas vezes por semana e pelo menos uma vez semanalmente, esfreguem e lavem adequadamente os pratos para eliminar os ovos. Cabe ressaltar que esta prática requer disciplina e, além disto, requer a observação se o procedimento adotado está dando resultado.
O ideal é não usar areia, pois caso a água acumule em cima dela ou misturada a ela, as larvas do Aedes vão nascer normalmente, pois água suja com terra ou areia é suja para nós e não para as larvas.
Vocês podem usar areia nos pratos, mas lembrem-se de que ela só serve para absorver a água e se esta função não funcionar, a areia de nada adiantará.
Portanto, diminua os pratos de plantas em sua casa ou não usem. Muitas pessoas viram os pratos ao contrário para servir de apoio tão somente. Entretanto, há de se acompanhá-los para que não acumulem água devido ao peso do vaso.
j - Plantas com água;
Prevenção: Duas vezes por semana troquem a água e antes de colocar uma nova, lavem a raiz para retirar quaisquer larvas presas e, o recipiente por dentro para eliminar os ovos.
k - goteiras espalhadas pela casa;
Prevenção: Conserte o telhado.
l- baldes usados para aparar água do ar-condicionado;
Prevenção: Retirar a água e uma vez por semana lavar e esfregar o recipiente por dentro.
m - Bebedouros de animais (Qualquer animal);
Prevenção: Nunca complete a água, sempre jogue toda a água fora e coloque uma nova. Uma vez por semana, lave e esfregue a vasilha por dentro para eliminar os ovos.
n - copos de dentadura;
Prevenção: Troque a água, lavando e esfregando o copo por dentro para eliminar os ovos.
o - Recipiente para acomodar garfos, colheres e facas;
Prevenção: Mantenha-os seco e de vez em quando lave e esfregue os potes para eliminar os ovos.
p - Filtros de água (local onde se apara o desperdício de água);
Prevenção: Mantenha-os seco e de vez em quando lave e esfregue os potes para eliminar os ovos.
q - Recipientes atrás das geladeiras.
Prevenção: Observem se existe acumulo nestes locais. Fique atento, principalmente, quando descongelarem as geladeiras.
6.2 - Fora de casa (quintais):
Ainda irei escrever.......
Abraços

Fernando

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Com a palavra o agente 

Sou Auxiliar de Controle de Endemias desde 2012, entrei na "última chamada" do concurso de 2008, confesso que naquele momento tive a maior alegria, pelo que estava passando, entrar para o quadro da Prefeitura como servidor estatutário foi demais. 

Três anos se passaram, pouco para trajetória profissional, aquela alegria inicial foi se transformando em tristeza... Triste também é a situação dos Servidores sob a responsabilidade dessa Gestão, que insiste em massacrar e desmotivar-nos com essa política salarial de fome. Como podemos prestar um serviço de qualidade para População se não somos remunerados decentemente, já é difícil ter que trabalhar com outros agentes cedidos pelo Ministério da Saúde, ganhando quatro vezes mais do que os agentes da SMS, e ainda saber que os agentes cedidos pela Comlurb percebem gratificações para exercerem cargo de chefia ou supervisão, enquanto os próprios ACE da SMS exercendo os mesmos cargos trabalham e não percebem nada. 

Fora a falta de estrutura de trabalho, uniformes quentes e que o tecido irrita a pele, causando um tremendo desconforto, além de demorar anos para troca-los, falta EPI com regularidade, usamos o mesmo equipamento de proteção muitas vezes antes de receber outro, enfim, tudo para depreciar o nosso importante trabalho de promoção de saúde e prevenção de doenças. 

Gasta-se bilhões com a Saúde, com a construção de Clínicas da Família, terceirização e com o gerenciamento das mesmas pelas Organizações Sociais, mas por outro lado o Servidor fica "a ver navios", não merecemos ser valorizados da mesma forma que os terceirizados? 

Mas uma coisa é certa, os Gestores vão e os Servidores ficam, e "sem Servidores não há Prefeitura." 

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Com a palavra o agente 


Fernando Rodrigues


Pela primeira vez escrevo nesta coluna. Sou auxiliar de controle de endemias desde 2002. Tenho muitas histórias para contar, algumas engraçadas e outras tristes, mas estas ficam para depois. Hoje narrarei o nosso trabalho, tendo certeza que cada um já passou por isto ou vai passar.

Quando entrei pela primeira vez em uma residência, estava em treinamento, na época meu instrutor assim que entrou na casa começou a recolher as frutas do chão, enquanto eu fazia o serviço, isto não me agradou.  Nos dias que se seguiram fui orientado por outra pessoa, esta deu-me outra visão do serviço, uma onde a orientação, a conversa e a aproximação com o morador eram completamente diferentes e visavam uma tentativa de educação em saúde, na qual os moradores são e fazem parte do nosso dia-a-dia e, também, na prevenção da dengue, pois somos ínfimos neste combate e muitas vezes sem suporte algum.

Enfim, passei por todo este período e comecei a trabalhar sozinho, recebi camisas rasgadas, com mancha de sangue para trabalhar, nossos postos de abastecimento, os chamados PA eram, e muitos até hoje são, repugnantes e quaisquer outros adjetivos que possam pensar.

Na época e, até hoje mesmo, sempre fiz um quantitativo baixo de visitas por acreditar não na quantidade, mas na qualidade do serviço, por conta disso fui perseguido e mandado trabalhar em uma favela violenta,  como forma de punição.  Senti-me como um preso político, exilado de minha própria comunidade.  Trabalhava sob pressão a todo o momento, seja dos supervisores ou seja da iminente chance de ser morto durante o exercício da minha profissão, não contente, reclamei com Deus, o mundo e até mesmo na ouvidoria da prefeitura.  Sabe o que disseram: que quando eu fiz concurso eu era obrigado a trabalhar em todo o Rio de Janeiro, concordo, mas desde que haja condições de segurança, pois quero voltar para casa. Nesta hora, lembrei-me de nosso companheiro assassinado na Vila Cruzeiro e de muitos que até hoje continuam trabalhando em locais onde o governo não oferece e nem garante a nossa integridade física.

Em se falando de integridade física, lembram-se do BTI e o do WDG, viraram história. Hoje, trabalhamos só no amor, estamos aprendendo a lutar e amar os nossos direitos quanto aos equipamentos de proteção obrigatórios.

A era opressiva foi caindo por terra, surgindo uma era de mais diálogo, surgiram representações em cada CAP, e depois de anos e anos, formou-se uma associação pela iniciativa de algumas pessoas (in memória - Antônio Júnior da Daniele).  

Ganhamos força por esta conquista, mas ainda nos deparamos com uma série de entraves políticos que não nos dão o devido valor:

- Plano de cargos e salários;
- Falta de equipamentos de proteção à todos;
- Falta de uniformes;
- Locais dignos de trabalho;
- Mudança de nível (segundo grau);
- Salário digno;
- Vale alimentação reajustável todo ano;
- Trabalho informatizado (lembram dos smart phones), ou isto que recebemos são telefones inteligentes?;
- Tratamento e coleta de larvas cem por cento;
- Desvio de função;
- Chamarem-nos de agentes de vigilância em saúde;
- Décimo quarto kinder ovo, pois podemos ou não ter surpresa, pois ninguém sabe informar;
- E o pior de todos os entraves: vontade política.

Por fim, vemos as mudanças nos comportamentos dos próprios agentes e da própria cúpula, mas o que queremos é respeito, melhores condições econômicas, valorização profissional, não o crescimento por indicação e sim pelo mérito. Hoje acredito ter mérito, mas falta indicação...


2 comentários:

  1. É isso aí, Fernando. Creio que muitos colegas se identificaram com algumas passagens.

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  2. É isso aí, a luta é árdua porém se constrói com muita fé e perseverança, de tijolo em tijolo, buscamos valorização, respeito e dignidade, para desempenharmos ainda com mais vontade a nossa ação em pró do povo carioca.

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