Em 2024 Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) indica que, entre os 30 países analisados, o Brasil é o que oferece o pior retorno em serviços públicos e benefícios sociais em relação ao montante arrecadado em impostos. Isso significa que, embora a carga tributária brasileira esteja entre as mais altas do mundo (em torno de 33% a 36% do PIB), a qualidade dos serviços básicos fornecidos à população — como saúde, educação, segurança, transporte e infraestrutura — é baixa quando comparada a países que arrecadam tanto ou até menos.
Alguns pontos que ajudam a entender esse cenário:
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Alta carga tributária x baixa eficiência
- O Brasil arrecada muito, mas há um grande desperdício de recursos devido à má gestão, corrupção, burocracia excessiva e ineficiência do Estado.
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Regressividade do sistema tributário
- No Brasil, quem ganha menos paga proporcionalmente mais impostos, porque a maior parte da arrecadação vem de tributos sobre o consumo (como ICMS, PIS/COFINS). Isso agrava a desigualdade social.
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Baixo retorno em políticas públicas
- Apesar da alta arrecadação, a população ainda enfrenta deficiências graves em hospitais, escolas, estradas e segurança pública. Em países desenvolvidos com carga semelhante, como os da Escandinávia, a sociedade recebe de volta serviços de alta qualidade.
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Percepção social
- Esse dado reforça a sensação de injustiça fiscal e de falta de confiança no Estado, já que os cidadãos pagam muito, mas não veem retorno equivalente.
👉 Em resumo: o estudo mostra que o problema do Brasil não está apenas no quanto se arrecada, mas principalmente em como os recursos são administrados e aplicados.
O Brasil se diferencia de outros países analisados no estudo do IBPT:
📊 Comparação Internacional do Retorno dos Impostos
🔹 Países Nórdicos (Noruega, Suécia, Dinamarca, Finlândia)
- Carga tributária: Alta (entre 35% e 45% do PIB, semelhante ou até maior que a do Brasil).
- Retorno: Muito elevado. A população recebe educação e saúde gratuitas de alta qualidade, transporte eficiente, segurança, infraestrutura moderna e políticas sociais robustas.
- Percepção: Apesar de pagar muito imposto, os cidadãos confiam no Estado, pois veem o retorno no dia a dia.
🔹 Estados Unidos
- Carga tributária: Menor que a brasileira (em torno de 26% do PIB).
- Retorno: Serviços públicos básicos (como saúde) não são universais e dependem muito do setor privado. Entretanto, o que é ofertado em infraestrutura, inovação e segurança tem qualidade.
- Percepção: O cidadão paga menos impostos e, em troca, o Estado oferece menos. Porém, a eficiência dos recursos aplicados costuma ser maior.
🔹 Chile
- Carga tributária: Mais baixa que a brasileira (cerca de 20% do PIB).
- Retorno: Embora com desafios sociais, o país conseguiu avanços significativos em áreas como educação, previdência e estabilidade econômica.
- Percepção: O sistema é menos pesado e, embora o retorno não seja comparável aos países nórdicos, é proporcionalmente mais eficiente do que o brasileiro.
🔹 Brasil
- Carga tributária: Alta (33% a 36% do PIB).
- Retorno: Baixíssimo. Serviços públicos frequentemente precários (saúde com filas, escolas com carências, estradas mal conservadas, violência elevada).
- Percepção: Há uma sensação generalizada de injustiça fiscal. O cidadão sente que paga como nos países ricos, mas recebe serviços comparáveis a países em desenvolvimento.
✅ Resumo da comparação:
- Nórdicos: alta carga, alto retorno.
- EUA: carga menor, retorno proporcional, com forte presença do setor privado.
- Chile: carga menor, retorno razoável e proporcional.
- Brasil: alta carga, baixo retorno — ou seja, o pior cenário.
Conclusão:
"No Brasil, os impostos pesam como pedras, mas o retorno ao povo se desfaz em ruínas."
Jaime AVS