O biolarvicida desenvolvido por pesquisadores do
Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos) acaba de obter registro da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O anúncio da primeira
transferência de tecnologia da Fiocruz para uma empresa privada foi feito
durante a abertura do seminário chikungunya, zika e dengue: Desafios para o
controle e atenção à saúde, que aconteceu no início deste mês no Auditório do
Museu da Vida, da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), no campus de Manguinhos.
Com o auxílio luxuoso da ciência bem-feita, uma
bactéria extraída do solo brasileiro derrota as larvas do Aedes aegypti.
Trata-se do BACILLUS THURINGIENSIS,
concentrado em forma de tabletes ou granulado, colocado nos possíveis
criadouros dos mosquitos. O diretor de Farmanguinhos, Hayne Felipe da
Silva, saudou o fato de a produção do larvicida ter sido fruto do empenho de
profissionais que acreditam no poder da inovação e da parceira em favor da
saúde pública. “Pela primeira vez, estamos invertendo a mão nesta área, pois
transferimos a tecnologia desenvolvida no âmbito para Fiocruz a uma empresa do
setor privado”, comemorou Hayne.
De origem biológica, o larvicida foi desenvolvido
pela equipe da pesquisadora Elizabeth Sanches, da Vice-diretora de Ensino,
Pesquisa e Inovação (VDEPI), a partir de bactérias encontradas no solo
nacional. Foram criados três diferentes tipos, a fim de combater os mosquitos
transmissores da dengue, malária e filariose, doenças tropicais que matam
milhares de pessoas nas Américas e Caribe. Em 2012, Farmanguinhos iniciou
o processo de transferência de tecnologia para a empresa BR3 S/A, que passou a
ter exclusividade para fabricação dos produtos.
“O DengueTech é confiável: não leva produtos
químicos, não agride o homem, outros animais, nem o meio ambiente. É
absolutamente sustentável. É importante destacar que se trata de uma invenção
100% nacional. Foi criado por Farmanguinhos, que é um laboratório público
nacional, a partir de uma bactéria do solo brasileiro e será produzido por uma
empresa nacional, que apresentou os requisitos exigidos no edital”, frisou a
pesquisadora Elizabeth Sanches.
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